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Artigo da presidente Lisandra Dornelles é destaque no Jornal do Comércio
07/04/2021

Hoje, Dia Mundial da Saúde, é preciso lembrar que cuidar da saúde dos animais é prevenir diariamente o adoecimento da população, através do controle de zoonoses, que são as doenças transmitidas dos animais aos homens. Todas as mais de 80 áreas de atuação do médico veterinário buscam proteger a saúde humana, seja cuidando dos pets, seja garantindo a qualidade dos alimentos de origem animal que temos à mesa.

 

Mesmo assim, somente em 1997 a Medicina Veterinária foi reconhecida pelo governo federal como profissão da saúde. Finalmente, em 2011, os médicos veterinários foram integrados às equipes multiprofissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), pertencentes ao Sistema único de Saúde (SUS).

 

Quando se falava em Saúde Pública, costumava-se associá-la à medicina curativa, unicamente exercida pelos médicos. Atualmente, utilizamos o termo Saúde Única, onde o médico veterinário é o único profissional habilitado a trabalhar em seus três pilares indissociáveis, que são a saúde humana, animal e ambiental.

 

O juramento do médico veterinário já prevê essa interação quando diz: “Juro que, no exercício da Medicina Veterinária, cumprirei os dispositivos legais e normativos, respeitando o código de Ética profissional, buscando a harmonia entre ciência e arte, aplicando meus conhecimentos para o desenvolvimento científico e tecnológico em benefício da saúde única e bem-estar dos animais, promovendo o desenvolvimento sustentável. Assim o prometo!”.

 

Infelizmente, uma grande parcela da população desconhece a abrangência de atuação dos médicos veterinários. E ainda estamos tendo que convencer o Ministério Público de que temos direito à vacinação como profissionais da saúde.

 

Já fomos até acusados de “tirar o lugar dos velhinhos” na hora da vacinação. Na verdade, as doses que recebemos são aquelas destinadas aos profissionais da saúde, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e todas as 14 profissões que compõem esse rol que foi convocado pelo Ministério da Saúde no início da pandemia, para realizar um treinamento a fim de atuar na linha de frente, caso necessário.

 

Não estamos furando a fila, e nem vamos fazê-lo. Só queremos o reconhecimento de que somos fundamentais nesse momento de pandemia, pois enquanto os médicos lutam para curar os infectados, nós trabalhamos para evitar que o restante da população adoeça, em meio a um cenário onde o sistema de saúde já está colapsado.

 

Lisandra Dornelles - Presidente do Conselho de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS).