A Páscoa é simbolizada por duas figuras com fortes significados no período, sobretudo entre as crianças: os ovos de chocolate e o coelhinho. Além do impulsionamento nas vendas dos chocolates, a procura por coelhos também cresce nessa época. No entanto, a tentativa de agradar os pequenos pode se tornar um grande problema, uma vez que a maioria das pessoas desconhece as características específicas do animal. 

O resultado dessa compra impulsiva pode ser observado após o feriado: os coelhos são largados à própria sorte em praças e parques das cidades. Além da crueldade do abandono, a prática configura crime, previsto pela Lei Federal nº 14.064/20, com pena de detenção de até 5 anos. 

Por serem pets menos comuns – é preciso lembrar que são animais silvestres -, apresentam fisiologia, alimentação e hábitos completamente diferentes de outros bichos domésticos. “Por isso, é fundamental, antes de adquirir ou adotar um animal exótico ou silvestre, fazer uma consulta com médico veterinário especializado para receber todas as orientações sobre manejo correto”, orienta o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), médico veterinário Mauro Moreira.

Então, se a ideia é realmente ter um coelho como bicho de estimação, a decisão deve ser muito bem pensada e levar em conta todas as necessidades que o novo pet terá. Com vida média de 10 anos, esses bichinhos necessitam de tanta atenção quanto cães e gatos. Para dar aos futuros tutores uma pequena noção do que os espera, o CRMV-RS preparou algumas dicas. Confira: 

•    É importante que se tenha um bom espaço em casa para que o animal possa correr e brincar, com uma temperatura adequada (entre 10ºC e 20ºC). Caminhar também é importante para que os coelhos mantenham o trato digestivo. 

•    A gaiola deve conter uma base, como granulado de papel ou grade, para que o animal não fique em contato com as próprias fezes e urina. Ainda é necessário que haja um descanso de patas, para que o animal não fique em contato com a grade o tempo inteiro. A higienização do espaço tem que ser realizada diariamente para preservar a saúde do animal e evitar doenças.

•    É preciso deixar a gaiola do coelho em um local arejado, mas sem muito vento, com proteção contra o sol e a chuva. Os potes de comida e água devem estar na altura adequada para que o animal consiga se alimentar e se hidratar.

•    Não segure o coelho pela barriga ou pelas orelhas. A maneira correta é segurar com uma mão nas costas do animal e a outra embaixo das patas traseiras, como se ele estivesse sentado.

•    Os coelhos são animais que se assustam com facilidade. Não o deixe solto perto de cães e gatos, pois o animal pode se estressar a ponto de morrer. Lembre-se: o coelho é caça, e não caçador. Como presa, ele tem um comportamento defensivo e assustado.

•    A alimentação ideal dos coelhos, que são herbívoros, baseia-se em verduras de cor escura, como couve, espinafre, rúcula, chicória, erva doce, feno e suplementar com uma pequena quantidade da ração.