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Nota de Repúdio à reportagem do Jornal Correio da Bahia
20/10/2020

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) vem a público manifestar seu apoio aos profissionais e à Nota de Repúdio emitida pelo Conselho Regional da Bahia (CRMV-BA) em decorrência da reportagem “Paga ou morre? O que está por trás dos altos cursos dos serviços veterinários”, publicada no último final de semana pelo Jornal Correio do Estado.  

 

Desta forma, salientamos que os profissionais da Medicina Veterinária devem ser respeitados e ter seus serviços devidamente valorizados, pois em nenhuma profissão há como atuar sem a cobrança dos custos necessários para um tratamento qualificado. Na reportagem, a profissão foi exposta de forma generalizada e induziu-se a ideia de que o médico veterinário preocupa-se apenas com o seu faturamento.

 

Confira a Nota de Repúdio emitida pelo CRMV-BA:

 

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia (CRMV-BA) recebeu com indignação a reportagem "Paga ou morre? O que está por trás dos altos custos dos serviços veterinários", publicada na edição de final de semana pelo Jornal Correio*.

 

Embora tenhamos sido ouvidos no texto, a reportagem apresenta elementos que consideramos como inverídicos e que afetam diretamente toda a classe médica-veterinária ao generalizar os profissionais e induzir a sociedade ao entendimento errôneo de que o médico-veterinário, de uma maneira geral, é um profissional que mais está preocupado com o faturamento em detrimento da saúde e estado clínico dos pacientes. O texto também coloca em xeque a competência e a atuação dos médicos-veterinários ao abrir espaço para que leigos contestem as decisões clínicas tomadas por profissionais formados, experientes, competentes e atuantes.

 

Entendemos que faltam critérios ao cidadão comum para avaliar a competência de um profissional formado, pós graduado e expert em sua área de atuação, uma vez que a ele são levadas questões e conceitos pré-concebidos, muitas vezes influenciados pela internet, onde cada um dá sua opinião e uma receita pronta, muitas vezes levam a consequências graves para a saúde animal.

 

O médico-veterinário para acompanhar a evolução da ciência e da medicina estuda por toda a vida com o objetivo de oferecer o melhor aos seus pacientes e às famílias dos quais fazem parte. A Medicina Veterinária avançou de forma exponencial nos últimos 10 anos e obviamente a oferta de serviços de excelência gera um custo que precisa ser pago. Os exames e equipamentos empregados na rotina clínica são compatíveis com os da Medicina Humana, muitas vezes com custos de operação maiores, pois a demanda pelo serviço é inferior.

 

Ademais, a escolha do profissional é de livre arbítrio dos tutores de animais e sabemos que existem profissionais competentes em toda a capital e interior do estado. Da mesma forma que na medicina humana, na Veterinária a marcha para um diagnóstico e prognóstico ao paciente envolve conhecimento, habilidades, bom senso e recursos complementares.

 

A formação do médico-veterinário envolve seis anos de graduação, fora o tempo de residência (2 anos) e demais pós-graduações (até seis anos). Mais de uma década de preparação, que não para nunca. A Ciência a cada dia evolui e a Medicina Veterinária segue o fluxo. Ao contrário do médico humano, o médico-veterinário estuda a anatomia e patologia de várias espécies e não apenas de uma. Além de longas horas de estudos e dedicação, sua formação é cara, requer alto investimento em livros, equipamentos e treinamentos que capacite o futuro profissional para atender pacientes que não verbalizam seus sintomas e demandam uma análise clínica apurada para fechar o diagnóstico exato. Por óbvio, que exames complementares são quase sempre necessários quando estamos tratando de um ser que não fala e expressa suas dores pelo comportamento.

 

É importante ressaltar que a Medicina Veterinária é uma profissão liberal e como tal está sujeita a formação de mercado com seus preços e custos calculados considerando um tripé: a carga tributária federal, estadual e municipal; a qualificação técnica da equipe; e a estrutura física do estabelecimento. A tributária não há como ser reduzida, tampouco ter uma equipe sem qualificação ou uma estrutura deficitária sem equipamentos, mobiliários, utensílios e medicamentos necessários para prestar a assistência veterinária adequada.

 

Destaca-se também, que muitos são os profissionais médicos-veterinários que atuam de maneira beneficente, na prestação de serviços sociais e assistência à população mais carente, auxiliando em trabalhos de Organizações Não-Governamentais, condição essa que facultada à livre escolha do profissional, tendo como única exigência do Conselho Federal e Regional de Medicina Veterinária que a atuação se dê dentro da égide da ética profissional.

 

Também é importante frisar que os profissionais médicos-veterinários atuam sob o rigor do código de ética (Resolução CFMV nº 1138), instrumento normativo referencial para o exercício profissional no qual constam os direitos e deveres profissionais em uniformidade de comportamento, a partir de uma conduta exemplar e que todos os profissionais têm o dever de conhecer e seguir o código profissional da Medicina Veterinária para sua proteção e para a prestação de um serviço de excelência à sociedade. É exatamente para garantir a excelência desse serviço que existe o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia, órgão ao qual qualquer cidadão que acredite não ter recebido um atendimento adequado por um médico-veterinário ou sinta ter sido vítima de abuso praticado pelo profissional deve procurar a fim de que seja realizada a devida apuração sobre a atuação e conduta do profissional.

 

Por fim, o CRMV-BA ressalta que a reportagem, narrada de forma sensacionalista, em nada contribui para a proteção do bem estar animal, essência do trabalho do médico-veterinário.

 

Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia;

Sociedade de Medicina Veterinária da Bahia;

Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa-BA);

Academia Baiana de Medicina Veterinária.

 





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