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Médico veterinário participa de pesquisa para desenvolvimento de soro anti-Covid
07/06/2021

Um estudo realizado por cientistas brasileiros chamado de Immuneshare MCTI é mais uma luz no fim do túnel para o tratamento de pacientes com sintomas leves de Covid-19. O objetivo é evitar que os doentes evoluam para a forma grave da doença e que necessitem de leitos de UTI, sobrecarregando o SUS. O médico veterinário Fernando Spilki, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, afirma que o “uso de antissoros é alternativa interessante e inexplorada para o tratamento auxiliar de inúmeras doenças infecciosas. Na COVID-19, pode ser especialmente importante para o tratamento de indivíduos em fases iniciais dos sintomas”. A ideia é a produção de um soro composto por plasma hiperimune, ou seja, com altos títulos de anticorpos neutralizantes, a partir do sangue de pacientes já vacinados (vacina CoronaVac/Oxford Astrazeneca) e cujas bolsas serão transfundidas para os doentes.

Além do tratamento da doença, o desenvolvimento do soro permitirá a realização de uma genotipagem para avaliar a eficácia das vacinas para as diferentes cepas de coronavírus existentes. “Nós faremos a genotipagem para sabermos como esses plasmas atuam frente às diferentes variantes que estão circulando. Serão exames de RT-qPCR especiais, similares aos que se usa no diagnóstico de rotina, mas capazes de dizer a que variante conhecida pertence a amostra”, explica. Spilki destaca a importância da atuação dos médicos veterinários na saúde humana, especialmente em momentos de pandemia. “Primeiro no auxílio ao enfrentamento, no diagnóstico e na pesquisa, além das atividades de vigilância sanitária. Além disso, o trabalho do veterinário é importante também para o futuro, pois sua atuação em medicina da conservação é essencial para a busca de novos possíveis patógenos em animais silvestres, prática fundamental para evitar a introdução de novos vírus na espécie humana”. 
 

O biólogo e professor da UFRGS, Fábio Klamt, que também coordena o estudo, comemora a recente sinalização do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MTCI) para o financiamento das pesquisas, que até então contava apenas com a verba oriunda de uma “vaquinha” online. “De abril pra cá, arrecadamos apenas R$ 9 mil, dos R$ 298 mil que necessitamos para a sua execução, mas mesmo com a entrada do ministério como parceiro, vamos seguir com a vaquinha”. Para colaborar basta acessar o site www.vakinha.com.br/vaquinha/immuneshare-trial-plasma-de-vacinados-no-tratamento-da-covid-19.


O estudo é um ensaio clínico aberto, paralelo e randomizado que envolverá 360 voluntários, 180 que doarão o soro e 180, com diagnóstico confirmado de COVID-19 que o receberão.  Será desenvolvido a partir de um consórcio de pesquisadores brasileiros, além de Klamt e Spilki, conta com Felipe Dal Pizzol, da UNESC, Marcus Herbert Jones da PUCRS, Gabriel Amorim da UCS, Andrea Dal Bó, do Hospital Virvi Ramos de Caxias do Sul e Luiz Amorim Filho, do Hemocentro do Rio de Janeiro (HemoRio).


Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o início de testes do soro anti-covid em seres humanos, através de uma pesquisa semelhante, realizada pelo Instituto Butantã.





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