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Toxoplasmose não é culpa do gato, alerta campanha do CRMV-RS
18/06/2019

Objetivo é esclarecer a população quanto aos mitos que envolvem a doença

 

Junho de 2019 - A toxoplasmose é uma doença causada pelo agente etiológico Toxoplasma gondii e sua principal forma de contágio ocorre pela ingestão de carnes cruas, mal cozidas ou sem procedência, embutidos sem procedência e hortaliças e frutas mal lavadas, já que podem conter o protozoário eliminado pelas fezes dos gatos eliminadas na terra. A água não tratada é outro meio de transmissão. Apenas 1% da população felina participa da disseminação da doença, e o maior risco está entre os que têm acesso à rua ou àqueles que não são domiciliados.


Isso porque as chances de gatos que comem apenas ração e não têm acesso à rua se infectarem com o protozoário são insignificantes. A contaminação ocorre entre os animais que ingerem caças ou carnes cruas sem o devido congelamento necessário. “A fama de que os gatos são os grandes culpados da toxoplasmose é injusta, e é preciso esclarecer isso”, defende a presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), Lisandra Dornelles, ao apresentar a nova campanha institucional “Toxoplasmose: o gato não tem culpa”.


Em oito peças gráficas, os principais temas envolvendo a doença e seus mitos são abordados de forma didática e direta, de forma a explicar as principais formas de transmissão e o que fazer para prevenir o contágio. “Muitas pessoas acabam doando seus gatos ou até mesmo abandonando-os nas ruas por receio de contrair toxoplasmose, muitas vezes por desconhecerem o que realmente está por trás da doença”, reforça Lisandra, destacando que isso pode ainda agravar outras questões graves, como a problemática dos animais abandonados e de rua. As peças gráficas estão disponíveis para download gratuito no link https://bit.ly/2KXLyYn, com versões para impressão e compartilhamento nas redes sociais.


Mas, afinal, por que a doença é cercada de mitos quanto à sua infecção pelas fezes dos gatos? Acontece que as fezes dos gatos são um meio de transmissão. No entanto, o gato só elimina o protozoário da toxoplasmose pelas fezes uma vez na vida. Depois disso, torna-se hospedeiro, porém, sem risco de transmissão da doença para outras espécies. E, para que o protozoário que causa a enfermidade se desenvolva, os excrementos precisam ficar três dias sem serem recolhidos.


Ou seja, embora os riscos de se contaminar com toxoplasmose pelo convívio com gatos sejam mínimos, medidas simples podem ajudar ainda mais a evitar qualquer o contágio. A caixa higiênica precisa ser limpa ao menos de uma a duas vezes ao dia e as mãos higienizadas em seguida. É importante mudar toda a areia da caixinha do seu gato uma vez por mês e lavá-la com água e sabão.


Uma das principais dúvidas que precisa ser esclarecida é quanto ao receio de transmissão de toxoplasmose a mulheres grávidas, uma vez que a doença representa risco de abortar ou causar problemas congênitos no bebê.  Mas as chances de infecção de gestantes por convivência com gatos se tornam altamente improváveis com a adoção de cuidados simples, não sendo necessário se livrar do pet. Basta usar luvas para limpar a caixa higiênica ou evitar a sua manipulação, delegando a tarefa à outra pessoa.


Hortaliças, frutas e legumes e todos os utensílios necessários para o seu preparo precisam ser bem lavados, o que também vale para o que for utilizado quando o cardápio for carne. Outra dica importante é ter tábuas específicas: uma para carnes e outra para legumes, frutas e verduras que serão consumidos in natura. Higienize muito bem as mãos depois de lidar na terra, de preparar os alimentos e de recolher os dejetos da caixa higiênica de seu gato. Crianças que brincam em praças e têm contato com areia – seja em escorregadores ou qualquer outro brinquedo – devem higienizar muito bem as mãos.


Para evitar a contaminação por carnes cruas ou mal cozidas, é importante congelar o alimento quatro dias no freezer. Com esse procedimento, é possível inativar o toxoplasma e saborear uma carne mal passada sem medo, além de evitar o contágio de cães e gatos, caso o alimento cru faça parte das suas dietas. É importante ressaltar que animais alimentados com alimentação natural bem feita com orientação de um médico veterinário ou zootecnista não correm risco de contaminação.


Gatos com toxoplasmose podem demorar a apresentar sinais clínicos, como vômito e diarreia, ou nunca apresentar sintomatologia. Caso note essas alterações, procure um médico veterinário. Também é possível detectar se o animal está infectado ou não e se a infecção é recente ou antiga com exame simples de sorologia. O teste pode ser repetido a cada 6 meses ou anualmente, de acordo com o estilo de vida do bichano e a avaliação do veterinário. E o principal: mantenha seus gatos domiciliados, sem acesso à rua, evitando que cacem presas contaminadas. Em caso de dúvidas, procure um médico veterinário de sua confiança. Não tome qualquer decisão precipitada, pois não há motivos para abandonar ou doar seu gato!

 

Assessoria de Comunicação do CRMV-RS
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