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Animais não são brinquedos para presentear no Dia das Crianças, alerta o CRMV-RS
07/10/2019

O Dia das Crianças está chegando, e a busca por presentes deve se intensificar nos últimos dias antes da data, celebrada em 12 de outubro. Deixar a escolha para última hora é um hábito comum entre os consumidores brasileiros, e isso pode acarretar em um erro grave: presentear os pequenos com animais. “Estamos falando em seres vivos que necessitam que a família e o ambiente estejam preparados para recebê-los, o que não ocorre na maioria das vezes quando o animal é tratado como presente", adverte Lisandra Dornelles, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CMRV-RS).

 

Por isso, quem leva um animal para casa, seja ele um bichinho de companhia, de grande porte ou produção, precisa ter claro, em primeiro lugar, que ele não é brinquedo nem presente, e não pode ser tratado dessa forma. Adotar ou comprar requer uma série de medidas que envolvem a preparação da família e o local que o receberá.

 

O mais comum é a adoção ou compra de pets, especialmente cães, gatos e aves, mas também há quem opte por roedores, coelhos ou répteis, por exemplo. Não importa a espécie, de cavalos a porquinhos-da-índia, o fundamental é saber se a família está preparada para atender às necessidades de uma nova vida.

 

Para ajudar, o CRMV-RS preparou algumas dicas que podem ser adotadas para todas as espécies e também orientações individuais, de acordo com as característica de cada uma. Confira!

 

Dicas comuns

Paciência na adaptação
Animais resgatados destinados à adoção normalmente passaram por experiências ruins – fome, sede, dor, doenças, brigas e até mesmo maus-tratos e envenenamento - nas ruas e chegam assustados. Mas com paciência, amor, dedicação e cuidados veterinários é possível dar a eles uma nova perspectiva, qualidade de vida e bem-estar. Isso exige um certo tempo. Leve tudo isso em conta. Não devolva o animal para quem o doou, isso só aumentará sua dificuldade de adaptação em um próximo lar. Tenha paciência. Essa adaptação pode não acontecer de um dia para o outro, mas ela ocorrerá, é só questão de tempo.

 

Família envolvida
A chegada de um novo integrante precisa envolver toda a família. É necessário que cada um esteja aberto à mudança de hábitos e das rotinas que chegam com o morador. É preciso ter espaço e tempo disponíveis para cuidar do animal e incluí-lo no orçamento doméstico, pois ele irá gerar custos com alimentação e serviços veterinários, e necessitará de acesso a lazer e atividade física, além, é claro, de muito carinho.

 

Cuidados para uma vida
Um animal de estimação vive, em média, 12 anos. Cães pequenos e gatos, por exemplo, podem passar dos 15 anos de idade. Papagaios vivem, em média, 80 anos.
Com a idade, doenças como câncer, problemas articulares e de coluna podem ocorrer, resultando em cirurgias ou tratamentos paliativos de alto custo. Por isso, é importante que todos esses episódios sejam levados em conta na hora de decidir por ter um pet.

 

Conheça as características da espécie
Ao decidir levar um bichinho para casa, é fundamental buscar informações a seu respeito. A falta de conhecimento é um dos principais motivos de abandono. Por isso, quanto mais se sabe a respeito da espécie que se pretende adotar, mais fácil tende a ser a adaptação.

 

Atenção à saúde
Todo animal requer atenção, de questões básicas, como oferecer comida de qualidade, água fresca e abrigo, a cuidados específicos. Vacinação, castração, higiene e combate a parasitas são essenciais, em especial para cães e gatos. Cachorros necessitam de tosa para garantir conforto e higiene. Telar as janelas do apartamento, para quem tem gatos, é fundamental. Procure informações sobre a espécie que pretende adotar para garantir seu bem-estar.

 

Dedicação e carinho
Quem decide adotar precisa, antes de tudo, dedicar tempo proporcional às necessidades da espécie escolhida, sem esquecer que amor e carinho são essenciais. Brincadeiras e exercícios garantem o bom desenvolvimento de cães e gatos, pois ajudam na socialização e evitam fugas e acidentes, como mordidas. Pequenos roedores ou peixes podem ser opções para quem dispõe de um período mais curto de atenção.

 

Dicas específicas

Gatos
Um ambiente seguro é fundamental para quem vai receber um gato. Apartamentos devem ter todas as janelas com redes de proteção. “Mas o gato não vai se jogar da janela para se matar!”. Claro que não. Mas ele pular ao ver um pássaro voar próximo e tentar capturá-lo, pois seu instinto de caçador não o abandona nunca. Daí a importância de telas em janelas, basculantes, varandas ou qualquer área que dê acesso à rua.
Quem mora em casa deve ter muros altos e proteger portões, janelas e varandas (podem ser telas ou qualquer barreira física que os impeça de ter acesso à rua ou ao telhado). No caso dos muros, a altura segura para que os gatos não pulem é de, no mínimo, dois metros e meio.
Permitir que eles saiam pode resultar em fuga, brigas ou ataques de outros animais, como cachorros. Eles também podem ser envenenados ou sofrer atropelamento. Por isso, o recomendado é que o gato fique sempre no pátio da casa.
Os gatos fazem xixi e cocô em uma caixa de areia. O recomendado é ter uma caixa por gato e uma de sobra, pois eles não costumam utilizar caixas sujas. A areia é específica e vendida em casas de produtos para pets. As caixas estão disponíveis nos mais diferentes modelos, também em casas de produtos para pets, e também podem ser encontradas em ferragens (caixas para mistura de cimento).

 

Há plantas que são tóxicas para gatos. Caso tenha alguma, retire-as antes da chegada de seu pet.

Há uma infinidade de plantas ornamentais que são tóxicas para os animais domésticos quando ingeridas. O médico veterinário é o único profissional capacitado para dar orientações sobre o manejo e a saúde do seu animal. Confira algumas das que são tóxicas para os gatos:

Antúrio
Avenca
Azaléia
Bico de papagaio
Comigo-ninguém-pode
Copo-de-leite
Coroa de Cristo
Espada de São Jorge
Espirradeira
Eucalipto
Hortênsia
Fumo-bravo
Lírio e Lírio da Paz
Maconha
Mamona
Narciso
Tomate verde
Tulipa
Violeta

Cães
Telas ou redes de proteção em todas as janelas e varandas de apartamentos que irão receber um cachorro também são indicadas. Há quem considere exagero, mas elas garantem a segurança e evitam que eles pulem em situações de medo ou pânico ou, da mesma forma que os gatos, enquanto tentam capturar algum pássaro ou inseto que passa pelo lado de fora.
Produtos de limpeza e venenos contra insetos devem ficar em armários fechados. Fios e cabos elétricos precisam estar longe do alcance do seu pet, pois ele pode tentar brincar ou roer e acabar se machucando. Objetos de decoração que possam causar acidentes podem ser retirados do alcance do seu cão. Há sanitários e tapetes higiênicos específicos para disponíveis para cães em lojas de produtos pet, mas também é possível levar seu animalzinho para fazer suas necessidades na rua.


Mas, lembre-se: a saída do xixi e do cocô não pode ser considerada a mesma do passeio. São coisas diferentes. O cachorro necessidade de saídas diárias mais longas para se exercitar. “Se a saída para fazer as necessidades fosse atividade física, as academias teriam vasos sanitários,e não aparelho de ginástica”, brinca a médica veterinária Eliane Goepfert, tesoureira do CRMV-RS, ao alertar que o assunto é sério quando se trata da importância dos passeios. Cães que não se exercitam desenvolvem a doença da obesidade e outras enfermidades que decorrem dela.

 

Há uma infinidade de plantas ornamentais que são tóxicas para os animais domésticos quando ingeridas. O médico veterinário é o único profissional capacitado para dar orientações sobre o manejo e a saúde do seu animal. Confira algumas das que são tóxicas para os cães:

Antúrio
Comigo-ninguém-pode
Copo-de-leite
Costela de adão
Espada de São Jorge
Jiboia
Azaleia
Espirradeira
Begônia
Babosa
Bico-de-papagaio
Coroa de Cristo
Dama da noite
Hibisco
Hortênsia
Samambaia
Tulipa

Aves
É importante destacar que só é possível doar aves consideradas domésticas pela legislação. O viveiro precisa levar em conta as necessidades da espécie escolhida, de forma que ofereça o espaço necessário para que a ave se movimente, abra e bata as asas e suba e desça nos poleiros. O viveiro deve ficar posicionado em um local tranquilo e silencioso, que proporcione banho de sol mas forneça também sombra e abrigo da chuva e vento quando preciso. e com temperatura entre 22 e 28 graus.

Cavalos
As baias ou cocheiras precisam ser construídas em locais bem ventilados, ser espaçosas, claras, secas e confortáveis. O tamanho padrão recomendado é de 16 metros quadrados, ou seja, 4m X 4m, com espaço para que o animal possa se deitar de forma confortável. Fios e lâmpadas têm que ficar fora do alcance dos animais, por isso, recomenda-se que sejam colocados, se necessários, em alturas razoáveis e com o isolamento devido para evitar choques elétricos. Aberturas – janelas – ou sistema de saídas de ar são fundamentais, assim como uma boa iluminação.

 

Coelhos
Coelhos vivem de 5 a 10 anos, e requerem cuidados durante toda a vida. A começar pelo espaço, que deve ser suficiente para que ele possa brincar e correr e estar na temperatura adequada: entre 10 e 20 graus. A área precisa ser arejada, porém, não pode ter correntes de ar ou sol excessivos. “São animais que necessitam de cuidados específicos, diferentes de cães e gatos, por isso é preciso estar atento a todos esses detalhes”, alerta a presidente do CRMV-RS, Lisandra Dornelles.

 

O local onde ficam deve ser calmo, uma vez que coelhos se estressam com facilidade e podem não se adaptar ao ambiente em que são inseridos. Por isso, requerem uma atenção maior do que a dispensada a outros pets. O espaço para que faça as necessidades fisiológicas é diferente daquele preparado para os gatos. O recomendado é fazer camas de papel reciclado compradas em lojas de produtos para animais.

 

Veja quais são os cuidados específicos para receber o coelho como novo pet da casa. Confira as dicas preparadas pelos médicos veterinários Maria Isabel Rocha e Leandro Basile, da Comissão de Animais Silvestres do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS):

- A gaiola deve conter substrato no fundo, como granulado de papel ou grade que separe o animal dos seus dejetos, e precisa ser limpa diariamente.

- É necessário posicionar a gaiola em um lugar arejado, porém, sem muito vento, protegido do sol e chuva e que possibilite ao pet olhar o trânsito da casa.

- Prepare um lugar seguro para que o coelho passeie e conheça a casa. Cuide os fios elétricos e locais apertados. Por serem pequenos, muitos coelhos entram nestes locais com o objetivo de roer e se esconder, o que pode ser perigoso.

- O animal não pode ficar em contato com as próprias fezes e urina. Caso esteja na gaiola, é necessário um descanso de patas, para que elas não toquem diretamente na grade o tempo todo.

- É importante proporcionar ao animal um pote de comida e pote de água que estejam na altura adequada para que consiga alcançar.

- Por estar em um novo ambiente, o coelho pode se assustar. Por isso, é preciso ter muita paciência, principalmente as crianças, que devem ser alertadas a esperarem o coelho se aproximar e não forçar contato.

- Nunca segure o coelho pela barriga ou pelas orelhas. - Jamais deixe o coelho solto perto de cães e gatos, pois o animal pode até morrer por estar assustado. Lembre-se: o coelho é caça, e não caçador. Como presa, ele tem um comportamento defensivo e assustado.

- Por serem herbívoros, estes animais precisam se alimentar de verduras de cor escura, como chicória, espinafre, rúcula, couve, erva doce, feno à vontade e suplementar com uma pequena quantidade de ração específica para espécie.

- Água fresca e em boa quantidade sempre.

- O local deve ser preparado para que o coelho possa circular entre a família e se isolar também quando tiver vontade. Mas, lembre-se: ele não pode ficar o tempo todo preso na gaiola. O coelho precisa de espaço para brincar e se movimentar.

- Coelhos comem as fezes da noite que são mais amolecidas, ricas em nutrientes e chamadas de cecotrofos. Eles comem as mesmas diretamente do ânus nas primeiras horas do dia. Embora possa parecer nojento, é saudável e ele deve e pode comer.

Há uma infinidade de plantas ornamentais que são tóxicas para os animais domésticos quando ingeridas. O médico veterinário é o único profissional capacitado para dar orientações sobre o manejo e a saúde do seu animal. Confira algumas das que são tóxicas para os coelhos:

Lantana
Samambaia
Arruda
Comigo-ninguém-pode
Dormideira





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